sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Sob o Diamante de Wajda

Em seus primeiros ensaios cinematográficos práticos Andrzej Wajda, resolveu elaborar o que se chama de trilogia de guerra. O bicho homo analisado no supra sumo do instinto, se é que pode-se usar a pretensão e fazer tal afirmação.
Espeficicamente em Cinzas e Diamantes, que conclui o ciclo iniciado por Geração e seguido por Kanal, é interessante destacar que o filme foi inspirado em um livro que na época seria uma espécie de paradidático na Polônia.

O roteiro inicial tinha como protagonista a personagem comunista. Wajda então assume uma postura um tanto transgressora, desalinhado a história original de uma idéia soviética e assumindo uma postura nacionalista, caracterizada pelo não alinhamento, onde essa definição ousada era bastante inovadora: a personagem nacionalista de Zbigniew Cybulski, que mais tarde seria considerado o James Dean polonês, assume o posto de protagonista.

Zbigniew fora indicado pelo assistente de Wajda a fazer os testes, porém Wajda não conseguia ver expressões nos olhos do ator, sendo o mais indicado para o papel Jerzy Stefan Stawinski, protagonista de Kanal. Zbigniew também tinha concorrido o papel em Kanal e desde ai teve a proteção de Januz Morgenstern, assistente de direção nos dois filmes, que no final foi convencido pelo diretor da potencialidade Jerzy. Mas nesse novo filme Morgenstern que convence Wajda da potencialidade de Zbigniew, até que este resolveu montar o personagem com um estilo jovem dos anos 50, o que fascinou o diretor (o filme se passa no final da guerra em 1945, ou seja mais de dez anos antes, dando mais enfase ao personagem que pelas suas atitudes e expressões o colocava literalmente a frente de seu tempo.) dando a ele liberdade para compor o personagem e assim o fez, aguçando comparações com James Dean e eternizando-se como o astro estadunidês, morrendo jovem e de forma trágica, no auge da carreira.

Apesar de talvez ser o precursor indireto do que viesse a ser o não alinhamento da Guerra Fria, Wajda faz referências claras a arte e o estilo de vida estadunidês, tanto na influência do cinema sobretudo nos filmes: Cidadão Kane de Orson Welles e O Segredo das Jóias de John Hutson, quanto ao protagonista a la James Dean.

Uma boa e interessante obra!


quarta-feira, 28 de novembro de 2007

The LastNote.com

Gustavo Falcão, interpretando Gustavo, recebe a visita de Lázaro (Lazaro Ramos), uma especie de santidade capitalista cybernetica. Num dilema para resolver seus problemas, Gustavo, que parece ser algum artista em pseudo crise existencial, acaba batendo a cartão da frustração e num impulso fervoroso quer provar pra ele mesmo ou para alguem que está indo embora o que não consegue! E num lapso de imprevisto previsivel TCHAN! ele consegue

Palmas para gustavo!
uhuuuu


sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Santo Por Acaso

Nessa terça feira, 24 de outubro, foi anunciada uma expectativa em profissionais, estudantes e curiosos do setor audiovisual em Pernambuco.

A TV Jornal do Commercio, em uma atitude inovadora no estado e no nordeste, estreou a minissérie Santo Por Acaso, produto do novo Pólo de Teledramaturgia do Nordeste. A minissérie tem 4 capítulos e é constituída em cima de Cícero, filho de uma devota fervorosa de Padre Cícero, que num ato desesperado para salvar seu filho da morte, faz uma promessa em seu nome. Mas tarde Cícero vira seminarista religioso, e é pego de surpresa quando se sente atraído por Letícia, filha de um latifundiário, ao mesmo tempo ganha a simpatia dos trabalhadores rurais da região em que vai viver, assim o jovem desperta a raiva do Coronel por dois motivos específicos: sua filha e os trabalhadores.

Uma história que aborda temas como catolicismo fervoroso, latifúndio, coronelismo, conflito de terras e subdesenvolvimento, mostrando o retrato de uma sociedade rural tradicional do interior de Pernambuco. Obiviamente, apesar dos resquícios e da herança deixada, em lugares interioranos hoje à sociedade está significativamente diferente: em valores cristãos, no seu cotidiano e sua busca exacerbada pelo progresso. A globalização também chegou nesses lugares e tirou da mala o êxodo para as grandes cidades, dos mais pobres aos mais ricos. (relato próprio de quem morou e viveu numa cidade formada por uma usina: Barreiros).

Fazendo honra por ser uma produção inteiramente realizada por pernambucanos, o texto traz fidelidade ao sotaque e identidades locais. A idéia original foi de Valdir Oliveira e o roteiro para televisão foi adaptado pelos cineastas Leo Falcão e Geraldo Mota. Para que o projeto pudesse ser realizado e viabilizado os diretores tinham a missão de jogar no texto uma linguagem televisiva, tarefa complicada, quando se vive num ostracismo em relação a teledramaturgia. “O principal desafio foi mediar um pouco o método de trabalho que usamos no cinema com a dinâmica de produção da TV Jornal” explica o diretor, que foi incisivo ao trocar o nome original, Padrinho do Juazeiro.

Apesar de ter perdido a estréia, fiz minhas observações e devidas conclusões que pode está vulnerável a mudanças, afinal a minissérie ainda não acabou. No principio As interpretações me causaram certos impactos, pois conta com nomes importantes da área em Pernambuco, Magdale Alvez, Cláudio Ferraro e a novata e não menos competente Nash Laila, porém nem tudo é perfeito e alguns outros atores deixam a desejar, mas nada tão grave que comprometa o todo, em síntese as interpretações são satisfatórias, assim como a fotografia, belíssima e com aspectos cinematográficos descarados.

No capitulo de hoje, os diretores usaram cortes excessivos na cena em que é conspirada a morte de Cícero (Henrique Vieira), e uma trilha que seu encaixe na mesma situação soou um pouco estranho, não pela sua sonoridade ou harmonia com a situação mas pelas repetições aglutinadas. A edição também me causou estranheza.

De fato nunca vi uma obra televisiva que se assemelhasse em termo técnicos, o que é bastante positivo, pois pode alimentar uma especulação sobre uma nova linguagem em teledramaturgia (uau) ou simplesmente o conhecimento de quem vos escreve sobre novela e minissérie é por demasia leigo ou radical demais. O importante é que com toda estranheza e inovação se apresentou bastante original em um texto beirando o clichê, despertando minha curiosidade para ver os outros capítulos, talvez para tentar analisar o todo ou para concluir se essa coisa estranha pode ser algo muito do caralho.

A produção foi captada toda em alta definição, o que da uma qualidade maior ao projeto, além de ter cenografia e figurino totalmente harmonizado com o todo.

Santo Por Acaso é uma iniciativa pioneira e que destaca mais ainda o setor audiovisual do estado. Aliás, a realização do projeto está totalmente atrelada ao fato de Pernambuco ter produzido filmes de reconhecimento nacional e internacional. Com isso a Tv Jornal resgata as origens de quando tinha toda programação dedicada a produções locais, com programas de auditório, infantis e novelas, como A Moça do Sobrado Grande, que foi uma superprodução de sucesso, feita em 1968 e posteriormente comprada pela Bandeirantes para exibição em São Paulo em horário nobre.

Percebe-se também a ousadia do projeto, realizado com muito esforço, pois conta com uma lista de agradecimentos enorme, e com o patrocínio e apoio do Governo do Estado de Pernambuco e da Prefeitura do Recife, respectivamente, que não fizeram mais do que a obrigação. É perceptível também que foi vendida poucas cotas publicitárias, com intervalos relâmpagos de anunciantes locais como Eletroshopping, Hermol e Insinuante, mostrando um atraso e uma descrença do mercado com a produção local. Até a imprensa absolve essa mentalidade medíocre quando as mídias divergentes da concorrência não noticiam um feito extremamente importante na comunicação do estado.

O novo Pólo de Teledramaturgia tem como proposta ainda produzir uma segunda produção: Cruzamentos Urbanos. Que pelo nome parece ser uma trama contemporânea e já está sendo filmada, com previsão para ser exibida em novembro.

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Zombie Walk Recife

Está chegando o dia em que as ruas da cidade será tomada pelas vitimas desse sistema social falido.


terça-feira, 2 de outubro de 2007

Tropa de Elite

O mais novo sucesso da pirataria nacional, vem causando sabor amargo na boca de muita gente e não estou falado de autoridades.

O filme que ainda nem estreou nos cinemas é em primeira pessoa, na do Capitão Nascimento (Wagner Moura), do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar – BOPE. Nascimento é um policial incorruptível, ultraconservador e por conseqüência da segunda característica machista, arrogante, prepotente e autoritário... ou será isso por conta do primeiro rótulo? Enfim... não importa. Nascimento narra a sua estória e a de dois policiais militares: Mathias (André Ramiro) e Neto (Caio Junqueira) que por sua vez também são policiais honestos. Dentro da narrativa de Nascimento é abordado de forma bem clichê a desorganização e má administração da PM, dotada de empregados mal qualificados, com má remuneração e uma péssima distribuição nos setores da instituição. Por outro lado se favorece de artifícios pouco convencionais a realidade brasileira: a insubordinação de dois aspirantes honestos a alta cúpula da polícia que é corrupta.

O diretor José Padilha jogou dentro de sua obra os grupos básicos da sociedade brasileira, A polícia, que é dividia entre os corruptos: a PM (que não contém o tráfico), e os decentes: o BOPE (que combatem o tráfico), os setores médios, representados pela comunidade acadêmica (que financia o tráfico) e a camada marginalizada (que realiza o tráfico). Nesse contexto, dois desses grupos são analisados de forma mais real e profunda. Quanto à comunidade acadêmica, o que ocorre é uma superficialização, onde os estudantes de direto, numa discussão sobre repressão policial, são donos de retóricas mais compatíveis com estudantes de publicidade, administração e alunos do ensino médio. Mas o ponto alto dessa supeficialidade é quando Foucault entra no filme sobre a explanação de Maria (Fernanda Machado), além da pífia descrição dos ensaios do intelectual ela ainda se assemelha às aulas dadas pelo professores do Mútlipa Escolha.

Como o filme é narrado em primeira pessoa é inevitável não saber dos pensamentos e filosofias do Capitão Nascimento, de seu raciocínio sobre o que é ser um policial, o que é um ser-humano e do que é correto. Nascimento vê a classe média como desestabilizadora da ordem e não enxerga valores como liberdade, talvez seja porque não a possui de certo modo e esse desejo demasiado de tê-la acaba lhe pondo em descontrole e perder o motivo pelo qual a desejou. Em certos momentos ele mostra-se contraditório ou indeciso, pois apesar de considerar inteligência e autoridade pontos que jamais podem ser separados dentro da sua profissão, acredita que uma pessoa possa adquirir inteligência, mas dúvida que outra se torne mais autoritária. Até que sua posição hierárquica superior e laços afetivos alheios rompidos provam pra ele mesmo que está errado em sua dúvida, e Mathias que antes fosse o exemplo de policial que o país precisava se tornasse o exemplo de policial que Nascimento achava coerente.

Nascimento talvez não tenha noção que a estruturação do Estado brasileiro, a administração imperial, a política de crescimento baseada na concentração de renda, a liberação exagerada do mercado nacional para a exploração estrangeira, a ditadura do consumo e a falta de planejamento para mudanças radicais na sociedade como a abolição da escravidão e o êxodo rural fossem responsáveis pelas atuais leis se tornarem obsoletas e incontemplativas para muitos brasileiros, fazendo com que as mesmas não fossem cumpridas e ele obrigado resgata-las e reprimir quem não a respeitasse.

As interpretações impecáveis de Wagner Moura, André Ramiro, Fabio Lago e Caio Junqueira extrapolando sensibilidade e domínio de personagens complexos e conflitantes, junto com sua fotografia repleta de contrastes e exagero de muito branco, amarelo e preto, fazem a total diferença na construção do todo. O fato também de ser um filme com uma visão conservadora também é bastante interessante, pois não me recordo de visto o olhar de um policial nesse contexto. Apesar de ser agonizante e dar um tapa na cara dos mais libertários, o filme sai do tradicional, mostrando não só a realidade, apesar dessa está apenas com roupas intimas, mas a ótica de quem mais do que ninguém respira, ingere e vive a guerra civil carioca, vendo seus ideais e valores sendo deteriorados e tendo a preocupação diária de estabelecer a paz e a ordem, mesmo sendo a sua, pois apesar de estar numa guerra o outro lado permanece bem mais confortável na situação que os legalistas.


TROPA DE ELITE
Gênero: Drama
Tempo de Duração:
Produção: Brasil, 2007
Direção: José Padilha
Elenco: Wagner Moura, André Ramiro, Caio Junqueira, Fernanda Machado, Fernanda de Freitas, Fabio Lago
Roteiro: Bráulio Mantovani, José Padilha e Rodrigo Pimentel

Daniela Edburg

Daniela Edburg é uma fotografa mexicana radicada nos EUA que criou uma série de fotos correspondente a assassinatos em circunstâncias mais femininas possíveis. As fotos são dotadas de singelas peculiaridades e cores vibrantes. A abordagem de seus contrastes enfatizam a ideia de realismo fantástico, mas por outro lado pode-se até suspeitar de sarcasmo exacerbado e humor negro contra os clichês presentes nas questões de gênero.
Possivéis críticas e anacronismo histórico podem não ser mera coincidência ou viagem supra surreal que quem vós escreve.

Suas fotos estarão na exposição Sutil e Violento que compõe o Fórum Latino-Americano de Fotografia, que vai debater, analisar e propor políticas publicas para o desenvolvimento da arte na região, que acontece em São Paulo e infelizmente não terá intinerância por aqui!









http://www.kunsthaus.org.mx/daniela2005/roadkillIII.htm , http://www.magentamalibu.com/artist.html
http://www.lo.com.mx/Daniela/Daniela.html

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

No momento não estou




A expctativa é em preto e branco, uma vez que a esperança é colorida.

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Vamos celebrar a estupidez humana

A história da humanidade é dotada de lutas, revoltas, golpes, conspirações, sobretudo na ótica de um vestibulando, pois a comissão que realiza provas, acha que os grandes acontecimentos da história se resumem a isso. Não tem nada mais grandioso, poderoso e alienante do que o legado cultural que a camada dominante quase sempre impõe para sua sociedade. È muito confuso saber se isso se realiza de forma direta ou indireta, pois apesar de ser expressa com certa explicitação, não consigo saber até que ponto absorvo essa influência, afinal, fui criado e construí meus gostos e preferências dentro desse contexto.

Mesmo assim tenho consciência que a arte é a vitrine, o retrato de uma sociedade e expressa indiretamente, o modo de vida, as opiniões e visões políticas dos seus realizadores, que quando cai no gosto popular, vira referência e símbolo de determinado povo ou aglutinação humana.

Na década de 60 do século passado, um grupo de jovens tiveram consciência entre a ligação da política e da arte. Os Provos, realizavam ações artísticas que interferissem na rotina da sociedade e denominaram isso de happening, só que suas ações artísticas iam de encontro com a ideologia e interesse burguês, sendo duramente reprimidos e sempre se sobressaindo com muita habilidade dessas situações, mas isso é outra história, interessante é que se há repressão é porque há consciência da importância da arte no poder, e quem manda precisa estabelecer sua ordem e seu controle para a manutenção. Na mesma década os Estados Unidos fizeram a mesma coisa, usando o cinema com James Dean e Marilyn Monroe, a música com o rock n’ roll de Elvis Presley, o jazz, Frank Sinatra, a publicidade e as cores de Andy Warhol, a calça jeans, enfim, eram novidades que estimulavam que divulgavam o sistema capitalista no mundo e ainda servia para alimentar o consumismo dos povos. A cultura estadunidense da década de 60, foi fundamental para a consolidação do modo de produção capitalista, mostrando a tentativa de divulgar como a American Way Life pode ser perfeita e exemplo de felicidade, proporcionando bem estar e diversão ao contrario do socialismo soviético. A divulgação do capitalismo na época da guerra fria, não foi feita em salas de aula, nem palestras, debates, seminários, ou algo que exija mais formalidade, mas sim na forma de diversão e entreterimento, que é bastante fácil de se assimilar. Essa diversão entrou na vida das pessoas. As músicas serviam como trilha sonora para alguns de seus momentos, o cinema como fuga da realidade, alimentação de aspirações, sonhos e desejos, a moda como levante de ego, acessórios como símbolos de personalidade e assim permaneciam na cabeça e na vida dos indivíduos.

E funcionou, hoje eles se estruturaram, super qualificaram-se e sua industria cultural é a mais importante de todas, pois mantêm o lucro e a ordem vigente e fascinam os profissionais que se aliam sem questionamentos a sua estrutura.

É importante reconhecer a qualidade dos meios de produção e da própria produção, que sem duvida são estupendos, mas acredito que mais importante é saber os meios que aquilo foi construído. Que foi necessário subjugar outras nações, outros povos, derramar incontáveis litros de sangue, sumir com diversas pessoas, financiar o terror, a guerra e a opressão, em nome de uma coisa que nos é imposta, e está muito longe de ser nossa.
A questão exata é saber qual o lado que se está, tem gente que renuncia toda a história de um país, países ou seu país e se identifica com a ascensão de quem realmente manda e se considera um vitorioso também, e isso é bastante natural, o poder é fascinante demais pra tentar de certa forma ficar fora dele.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

O Incompreendido

Esse filme é a estréia do personagem Antoine Doniel. Isso pois o personagem criado como o auto-ego do diretor frânces François Truffaut se estende ainda por mais quatro filmes do mesmo.


A personagem é complexo e a interpretação de Jean-Pierre Léaud, permite, de fato, a incorporação do espectador em Doniel. Baseado apenas em Os Inconpreendidos, a personagem, apesar de dotar ímpar sensibilidade, não a transfere para o lado mais emocional, tornando-o ser livre de vínculos sentimentais. Porém também se mostra bastante menticuloso e improvisador.

Doniel tem vontades e desejos. Preza pela diversão infinita, e na possibilidade de tudo que quiser ser possivel, contraditoriamente, essa filosofia compra a vista uma passagem de ida para um mundo mais viceral do que sempre enfrentara e debochara.


Para de fato compreender Antonie Doniel, é preciso ver ainda: Amor os Vinte anos, Beijos Roubados, Domicilio Conjugal e Amor em Fuga.



domingo, 9 de setembro de 2007

Agenda: CINEMA

A cidade está super movimentada, Recife que já tem vocação para a arte cinematógrafica, essa semana proporciona além das programações rotineiras na salas de cinema da cidade duas super opções interesantes para sair da rotina:

Mostra Mix Brasil 2007
Há cinco anos sem vir ao Recife a itinerância da Mostra de Diversidade Sexual Mix Brasil traz 20 filmes e vídeos, sendo 15 curtas, 2 médias e 3 longas-metragens.


SEGUNDA/10
18h30

. Cabelo Azul Bikini e Bota (BRA/SP, 2006), de Rafael Duarte. Depois de estuprada, uma moça bonita e rica resolve virar super-heroína.
. O Olho Mágico (BRA/SP, 2006), de Wagner Molina e Pedro Arantes. A relação conflituosa entre um escritor entediado e a agitada noite de um atleta do sexo.
. Também Sou Teu Povo (BRA/CE, 2006), de Franklin Lacerda e Orlando Pereira. Documentário sobre a difícil convivência de travestis em Juazeiro do Norte.
. Yoga Profunda (BRA/RJ, 2006), de Ludwig Von Papirus. Corrente da yoga baseada na vagina como fonte de inspiração.
. Laura, Laura (BRA/RJ, 2005), de José Cláudio Guimarães. Laura de Vison é uma personagem ímpar da noite carioca: escatológica, provocadora e absurda.


20h
. Amor em tempos de Guerra (Um Amour à Taire, FRA, 2005), de Christian Fauré. Na primavera de 42, em Paris, Jean e Phillippe arriscam suas vidas para abrigar Sarah, cuja família foi assassinada pela Gestapo. Nasce um triângulo amoroso entre eles.


TERÇA/11
18h30

. O Amor do Palhaço (BRA/CE, 2005), de Armando Praça. Grete, histórica personagem da praia de Canoa Quebrada e a difícil decisão de abandonar o Circo Máximo.
. Mavamba (BRA/SP, 2006), de Dácio Pinheiro. Durante férias em praia deserta, casal é vítima de serial killer em alto-mar. Johnny Luxo e Alexandre Hercovitch atuam.
. Meu Namorado é Michê (BRA/SP, 2006), de Lufe Steffen. Filmado em super-8 e em preto & branco, casal vive um diferente dilema da vida a dois.
. Lady Christiny (BRA/RJ, 2005), de Alexandre Lino. Cantor casado e pai de dois filhos se apaixona por um fã. Baseado em história real.
. Singularidades (BRA/PR, 2005), de Luciano Coelho. Documentário da Oficina de Vídeo do Projeto Olho Vivo com opiniões de profissionais liberais sobre a sexualidade.


20h
. Encontros e Reencontros (Lost in Generation, ALE, 2006), de Martina Dreier, Fraya Frömming, Isabella Gresser e Heide Kull. Quatro cineastas de Berlim retratam lésbicas entre 16 e 60 anos, a partir da interligação de três curtas-metragens.



QUARTA/12
18h

. A Outra Filha de Francisco (BRA/SP, 2005), de Eduardo Mattos e Daniel Ribeiro. Plantador de tomates goiano se diverte imitando grandes divas da música. Paródia do filme Os Dois Filhos de Francisco.
. As Filhas da Chiquita (BRA/RJ, 2006), de Priscilla Brasil. Há 28 anos, no segundo domingo de outubro, a bicentenária procissão do Círio de Nazaré é obrigada a conviver com tradicional encontro gay.


19h15
. Esse Momento (BRA/RJ, 2006), de Vitor Leite. Manuel e Bebel se encontram fortuitamente numa tarde qualquer. A conversa segue, pontuada por flashes de um futuro relacionamento.
. Minha Obra (BRA/SP, 2006), de Bárbara Paz. Menino que pintava bonecas de porcelana para ajudar no orçamento de casa se torna, quando adulto, num reconhecido maquiador.
. Alguma Coisa Assim (BRA/SP, 2006), de Esmir Filho. Rodado em conhecidos clubs da noite paulistana, mostra o relacionamento entre adolescentes. Selecionado para o Festival de Cannes do ano passado.
. Balada das Duas Mocinhas de Botafogo (BRA/RJ, 2006), de Fernando Valle e João Caetano Feyer. Duas irmãs buscam no sexo e na vida noturna carioca uma resposta para escaparem do vazio de suas vidas.
. Vibracall (BRA/SP, 2006), de Esmir Filho. Duas adolescentes fazem bom uso de seus respectivos aparelhos celular durante uma entediante aula. Do mesmo diretor de Tapa na Pantera, sucesso na internet.


20h30
. O Terceiro Sexo Hindu (Indias Third Gender, ALE, 2005), de Thomas Wartmann. Documentário sobre a luta da fotógrafa hindu Anita Khemka para estudar a desconhecida cultura hijra, de elaborada feminilidade.


Mostra Play The Movie
O coletivo Coqutel Molotov, que realiza seu festival nesse final de semana, no centro de convenções da UFPE, em parceria com a Fundação Joaquim Nabuco, apresenta uma mostra de documentários, em longa metragem, de temática músical.


TERÇA/11
18:30
. O Galo da Madrugada - 45 min - (Dir: Gabriel Mascaro e Iezu Kaeru)
. Awesome; I fuckin’ Shot That - 90 min - (Dir: Nathaniel Hornblower)


QUARTA/12
18:30
O Livro Multicolorido do Karnak - 90 min - (Dir: Marcel Izidoro)
Stop Making Sense - 88 min - (Dir: Johnattan Demme)


QUINTA/13
18:30
Botinada - A Origem do Punk no Brasil - 110 min - (Dir: Gastão Moreira)
This is Spinal Tap - 79 min - (Dir: Rob Reiner)



A Mostra Mix Brasil acontece no Teatro Apolo, no bairro da boa vista, já a Mostra Play The Movie acontece na Fundaj, no bairro do Derby. O foda é por duas mostras interesantes na mesma semana e no mesmo horário.


Serviço:

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Glauber Rocha e os hippies da CIA

Além de ser obcecado por cangaceiros e câmera trêmula, Glauber Rocha também era louco por teorias conspiratórias. Entre as várias viagens que assaltaram a mente do cineasta, uma delas é de que a América Latina era vítima de um certo Projeto Camelot, arquitetado pela CIA. Segundo Glauber, o movimento hippie, os gays, a militância ecológica e a política do corpo eram financiados, incentivados, e fabricados, pelos Estados Unidos, para destruir o potencial revolucionário do Terceiro Mundo. No livro Patrulhas Ideológicas (Ed. Brasiliense, 1980) Glauber solta o texto: “A opção hippie era a opção da CIA programada para o Brasil (...), para transformar maoístas guerrilheiros em hippies drogados,. Foi a luta da granada contra o rock.”

Glauber talvez estivesse experimentando o mesmo tipo de delírio que acometia os personagens de seus filmes, mas ele não foi o único a relacionar o movimento hippie a CIA. Existem provas de que a organização financiou a produção de LSD na Califórnia, nos anos 60.
A denúncia de que o movimento hippie era um projeto de alienação cultural criado dela CIA sempre fez parte do repertório da esquerda clássica. Quando o Partido Comunista Brasileiro protestava contra a guitarra elétrica é porque temia que o rock’n roll destruísse a mestre dos jovens do país, e vamos reconhecer em partes que ela teve seu lado Mãe Dinah.

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

A Cléopatra de Julio Bressane


A maior figura feminina da antiguidade é levada novamente ao cinema, só que dessa vez em uma versão latina, bem abrasileirada. O filme é do eterno cineasta marginal Julio Bressane. O roteiro foi fruto de uma pesquisa sobre a protagonista que durou 15 anos e teve como base os textos do prosador grego Plutarco, que foram escritos no século II, bastante tempo depois de sua morte (provavelmente 30 a.c.) e algumas fontes pictóricas.

O cineasta deixa claro que a estória será remetida em moldes bem brasileiros, o cenário escolhido, por exemplo, foi o Rio de Janeiro, onde as águas da praia de Copacabana, serão o rio Nilo. Bressane não teve fidelidade histórica à época, diz que é um filme que resgata o momento mas feito para a sociedade contemporânea, porém também não pretende criar uma versão moderna, como já foi dito acima, o diretor usou como base artigos históricos e antropológicos e construiu a personagem com um perfil erudito, destacando habilidades como diplomacia, ambição e sensualidade.

O filme teve sua estréia no festival de Veneza, na mostra fora de competição Mestres de Veneza, com Alessandra Negrini no papel principal, o longa empolgou o público e foi bastante aplaudido.


Cléopatra apesar de ser egípcia tem descendência helênica, pertencente da dinastia ptolomeica. Ptolomeu, general de confiança de Alexandre, rei da Macedônia, herdou a região quando este morreu e não deixou herdeiros. Filipe II, pai de Alexandre, aproveitara crises políticas nas cidades-estados gregas para iniciar o processo da expansão macedônica conseguindo aglutinar toda a área grega, o Egito e outras regiões próximas. Apesar de ser filha bastarda de Ptolomeu XII, conseguiu chegar no poder com o status de rainha. Desde o início Cleópatra compreendeu que Roma era a nova potência do Mediterrâneo e que caso desejasse manter-se no poder deveria manter relações amigáveis com ela, e ai que começa todo o envolvimento com os líderes romanos.

No mínimo pode-se salientar uma curiosidade perante esse filme, essa mistura de lírica brasileira, fuga parcial da história, e uma personagem bem mais próxima do que seria a real, pode levantar algumas questões sobre comportamento, sobretudo, dos brasileiros. A ambição do poder sempre será tema atual em qualquer época e a tirania e dominação dos que o detem sob a sociedade, acredito que está muito próximo de nossa realidade. É esperar pra ver...


Estão no elenco também Miguel Falabella (Julio César) e Bruno Garcia (Marco Antônio)

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Agenda: Festival Internacional de Curtas-metragens de São Paulo

XVIII Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo

Quando começou, em 2003, no Cinema Apolo, foi pioneiro em sessões com cópias originais com legendas eletrônicas em português. Nas edições anteriores mais de 15 mil pessoas prestigiaram o evento. Além das mostras internacionais, haverá uma Sessão Animada, um Programa Brasil, uma mostra de realizadores franceses (com o apoio da Embaixada da França no Brasil) e a sessão Mestres do Cinema, com curtas de diretores consagrados. A grade de programação prevê exibições em 16mm, 35mm, em vídeo digital e DVD. Além do Recife, o festival passa também por São Carlos (SP), Porto Alegre e Rio de Janeiro.

03 a 05/09/2007
3 a 5 seg a qua 18h, 19h30 e 20h30
Entrada franca

Cinema Apolo, Rua do Apolo, 121, Bairro do Recife

Viva Volta

Um doc primososo sobre a vida de um peculiar artista: Raul de Souza, que se torna frágil, ao perceber a indiferença das pessoas de sua nação a sua arte.

De Heloísa Passos
Com Maria Bethânia e Raul de Souza

domingo, 2 de setembro de 2007

Hitler oprimiu ela

Isto é uma pérola dos bastidores do cinema pernambucano!
hahaha

PAN do mal! hahahaha

Achei essa imagem muito surreal! o mascote do PAN com cara de mal e armado com uma ak-47.
huauhuhahuahua... Agora sim o reflexo periferico na cidade mostra que o rio de janeiro continua belo.

sábado, 1 de setembro de 2007

Assistencialismo? Imagina Lulinha

Ontem lendo a FSP, vi uma matéria surpreendedora sobre o bolsa família:

· Um relato, oriundo da fiscalização da Corregedoria Geral da União nas cidades do interior do Brasil, revelando que em 90% das cidades fiscalizadas ocorre fraude na distribuição do PROGRAMA ASSISTENCIALISTA. De fato, isso é surpreendente, afinal não é a primeira vez que vemos falar sobre tais irregularidades, agora é preciso mais uma vez gastar ainda mais dinheiro para comprovar a pilantragem e continuar sem solucionar nada, uma vez que não se vê punição para os que recebem indevidamente e principalmente para os que autorizam a distribuição da grana para tais, pq também não existe um controle no sistema de distribuição. É, de fato, não são só pilantras do colarinho branco que não se fodem não!

Bem... mas o motivo do post não é exatamente este, Lulinha diz no jornal que o Bolsa Família não é um programa assistencialista, e ele explica fazendo uma comparação com os estudantes de doutorado do país que vão cumprir parte do currículo no exterior e ganha bolsa em dólares para se manter na fora. Ôô Lulinha, logo você que passou tantos anos nos meios radicais do sindicalismo, que tinha uma trajetória de lutas e criticas plausíveis a ações de cunho popular do governo, se estabacando numa comparação dessas meu fio? Eu não acredito que você não sabe o que é assistencialismo, mas confesso que você ultimamente deve ter tomado bastante coca cola, é você sabe ne lulinha? coca-cola atrofia o cérebro, segundo tese comprovada de Dusan Makavejev, no clássico dos anos 80: coca-cola kid.

O que vale ser ressaltado é que os estudantes de doutorado recebem um investimento do governo federal, para estar realizando parte de seus estudos em um país estrangeiro. Prática muito comum em países ricos, e emergentes. Só que essa bolsa tem prazo definido para acabar, e o recém-formado vai ter as bases firmes para entrar num mercado de trabalho nojento como o nosso, afinal ele tem uma formação estrangeira, isso abre o butico de qualquer chefe corporativo.

As famílias que recebem grana do Bolsa Família, em sua parte considerável, tem um estilo de vida peculiar, valorizando e sentindo prazer nos fatos do presente, em cada acontecimento, descartando assim, prazeres que vem de sonhos, futuros desejos, planos. O ciclo que envolve essa camada da sociedade é cercado de concretismos, até pensamentos e desejos são concretos, as abstrações resultantes das aspirações passam em alta velocidade por outra BR, essa estrada chega na classe média burguesa, que sempre aspira mais e está repleta de alpinistas sociais.

Este estilo de vida peculiar e talvez muito mais saudável, se levado em consideração analítica do que vem a ser felicidade faz com que esse programa federal de distribuição financeira seja assistencialista, ou seja, não resolve o problema.

Qual o investimento é feito nessas famílias? As bases para formação de novas famílias, que por sua vez também sobreviverão de Bolsa Família?
O que é feito para mudar a realidade dessas pessoas? Se nem os pré requisitos para receber a grana são compridos.
O que o governo faz para proporcionar uma melhor qualidade de vida para essas pessoas?


Deposita todo mês uma média de 100 reais na conta desses indivíduos.


http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc1607200702.htm (so para assinantes)
http://www.mds.gov.br/programas/transferencia-de-renda/programa-bolsa-familia

domingo, 26 de agosto de 2007

Atenção... AÇÃO!

Um momento da vida de três pessoas tornam-se comuns. Por terem objetivos diferentes surge um clima de fuleragem bem discreto e crucial.
Ôxe Filmes apresenta: No momento não estou
Direção de Akhenaton Buarque (é minha pessoa)!

videopromo:

sábado, 25 de agosto de 2007

E hoje em dia, como é que se faz um doc?

No último sábado, Ricardo me falou de uma lombra que consiste na arte da fotografia. Ele me falou: “Você passa na rua e vê Ana Hickmann, Deborah Secco, estampadas nos outdoors em fotos bem interessantes, a idéia é bater fotos de pessoas comuns, do nosso circulo de amizade e fazer uma exposição."

Bem... fico pensando... é verdade que existem mulheres tão interessantes quanto deborah secco que não são nem um pouco famosas, sejamos claros: em termos artísticos, e que merecem um destaque.
Ai vem a minha lombra: mas não pode ser só em fotos.
Imagine levar isso pro cinema: a trilogia vagaba, pegar as pessoas que menos produzem algo de grande relevância nas suas vidas, mas tem vários planos (a idade ainda tá permitindo isso) e sua rotina é baseada em drogas, cigarros, computador e saídas que nem sempre são tão divertidas.
A exemplificação do que as pessoas não querem pra suas vidas, Um tapa na cara daqueles que não tem consciência que tão seguindo o mesmo caminho.
enfim... ai a gente da uma balançada entre a desgraça e a comédia. põe um pouco de drama, pq todo mundo gosta, mostrar que mesmo sendo pessoas quase inúteis tem inteligência e dons interessantes, e fazer exatamente o contrário dessas revistas buticos, mostrar que mesmo estando apagados são celebridades, uns até artistas... tentar retirar coisas surpreendentes, digo ainda em provocar um encontro de um deles na casa de um deles também, escutar desejos, vê-los em pratica, aguçar suas contradições, tentar buta-los em conflito pra dar um tempero a mais, inventar que algum amigo falou mal, abordar sua importância na vida de alguém...

Com tantos elementos assim, superficialmente, seria meio complicado não associar isso a vida de uma pessoa normal, mas não! afinal de contas seus egos lhes diriam que seriam documentados justamente por serem excêntricos. Logo eles estariam interpretando, sem grandes métodos, laboratórios ou preparações, o ego permitiria a composição magnífica desse tipo de personagem.

Abra os olhos para uma ficção documentada... e depois tente extrair o que te parece real, perceba que no fundo todo mundo tem momentos dignos de premiação por interpretação, depende das circunstâncias. É igual a expor aquela celebridade que existe dentro, pode não ser tão simples, mas duvido alguém q nunca tenha conseguido.

DuM DUM dUM AAAAAAHHHHHHHH

Quarta feira fiz minha melhor aquisição desse ano! comprei um filme, que eu nunca ouvi falar, com actores que nunca vi, de um diretor que nem por perto sabia de sua existência mas, apartir de agora nunca vou esquece-lo. Me deu um orgulho de mim mesmo por não ser uma aquisição hobinhoodiana.

As fotos:










quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Santiago

Prefeitura da cidade do Recife em conjunto com a Aliança Francesa e Livraria Cultura, realizaram no mês de junho a quarta edição do Panorama Recife de Documentários. Com uma semana de duração, o evento possibilitou o público assistir registros bem projetados, tanto em termos de montagem quanto de pesquisa e trabalhos de maior comprometimento com a expressão, refletida pela imagem, o som e o universo abordado com intensidade.

Na noite de quarta-feira, ultimo dia, fui surpreendido com o longa Santiago, de João Moreira Salles, irmão do também cineasta Walter Salles, que fez uma mistureba nessa divisão ridícula que eu citei a cima. e ainda tive a oportunidade de vê-lo disposto em trocar uma idéia com a os presentes.

Achei o diretor, um tanto estúpido, com um certo ar arrogante, e uma energia menosprezadora, fazendo você ficar inquieto só de vê-lo, enjoado quando ouvisse sua voz, e vomitar quando juntar isso tudo a seu comportamento. Ele ainda mostrou-se bem seguro e realizado quanto ao filme, justificando seus atos expressos na tela, embasado nas atitudes do cineasta Eduardo Coutinho.
Fato é que ele fez um filme formidável, uma obra prima, digna referencias para o estilo documentário.


O longa é narrado em primeira pessoa, pelo irmão de João representando o mesmo. (o que implica certa confusão, pois a voz de João é meio afeminada, e quando ela aparece, você fica perdido querendo saber quem é.) Dentre as portas luxuosas e o jardim exuberante da mansão dos Moreira Salles, surge um personagem fantástico, impar e peculiar: Santiago, um argentino, mordomo da família. A complexidade do personagem é absurda, ao mesmo tempo em que servia uma família de ricos no Brasil, tinha aspirações pela nobreza, e concerteza ele devia se sentir parte dela, escrevia artigos sobre várias, a alemã, a francesa, a austríaca, muito bem baseado. Santiago descreve os detalhes e nesse momento ele foi transportado para minha mente como se eu estivesse num sonho, pela delicadeza com que cita nobres artefatos.

Apresenta-se de várias formas, todas muito intensas, seja satisfeito, seja cansado pela extenuante gravação. Alegria, descontração, desconforto, prazer, respeito em demasia, pudor, são personagens de Santiago e pelo que me parece compostos pelo método Stanislavski.Poderia me estender falando de Santiago, mas só vi o filme uma vez, a um pouco mais de dois meses, o que é suficiente para minha pessoa sequeleda esquecer certos detalhes e nuances mais profundas.

Mas o filme não é bom só por causa de Santiago. Pela primeira vez senti uma evasão de prazeres e angustias reluzindo em efeitos técnicos, em perfeita harmonia e sincronicidade, pareciam melhores amigas, querendo chegar ao publico juntas, para sentir a mesma emoção juntas e se olharem e no êxtase máximo perceber o mesmo sentimento nos olhos uma da outra. Um mix de sentimentos que ora são tão antagônicos ora são consangüíneos.

O diretor consegue retirar do espectador através de sua calma um bem estar que não é seu e provocar uma paz em processo de conturbação e completo desequilíbrio quando só enxerga sua autoridade, esquecendo as circunstâncias magníficas que estão ao seu redor.existem inúmeros João Moreira Salles, e apenas um Santiago no filme: Um patrão e um servo, e ainda um patrão e um servo querido. O servo como amigo, não vimos, só ouvimos.

Algumas curiosidades circulam o filme...

· Ele demorou 14 anos para ficar pronto, e acabou, de certo modo, sendo um release sobre o fracasso. João tentou fazer o filme antes, mas não considerou bom suficiente, isso fica bem explicito, em certos pontos João parece não lembrar mais de acontecimentos delicados do filme, não sabe se provocou, se esperou acontecer, ou foi pego de surpresa, mas registrou fazendo com que suas delicadezas contracenassem com a singularidade do mordomo.

· Santiago deixou de herança todas suas anotações para João.

· No fim, o diretor não deixou Santiago dizer que era gay, pois o julgou que ia se expor demais, fato que comprova sua autoridade, talvez aquele João, ele tenha julgado que isso não seria interessante pro filme e acabou por deturpar um ciclo em que ele nunca teria acesso, se não estivesse sob uma posição dominante, se Santiago fosse de fato seu amigo.

· Lendo a Bravo! desse mês eu descobri outro João, sem grandes aspirações, com uma segurança flexível, a procura de um conforto. talvez essa obra prima seja resultante exatamente desse momento anterior, de crise existencial, já que ele mesmo diz que fez o filme para se curar. mas mesmo assim, com toda essa carga negativa, desilusões...

na realidade acredito que ele queria desopilar, resgatando os tais reflexos do passado, dessa vez consolidados em posições que não o incomoda mais tanto

.... conseguiu muito mas do que isso, mais do que ele mesmo possa achar que tenha conseguido...


SANTIAGO
Gênero: Drama
Tempo de Produção: 78 minutos
Produção: Brasil, 2005
Direção: João Moreira Salles


Matéria e entrevista na Folha de São Paulo (só assinantes)

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Agenda: Fotografia

É com muito prazer que o coletivo de alunos de Rádio e TV da Universidade Federal de Pernambuco convida para a exposição “Olhares das Cidades” que se realizará entre os dias 21.08 e 01.09, na Galeria Capibaribe do Centro de Artes e Comunicação – CAC, das 8h às 12h, pela manhã, e das 14h às 18h, pela tarde; sábados das 8h às 12h.
A exposição é uma iniciativa do F1 – grupo de estudos fotográficos – em parceria com a 1ª Semana de Fotografia do Recife, promovida pela coordenação de fotografia da Prefeitura do Recife. “Olhares das Cidades” revela diferentes olhares do Recife e de Olinda.
Composta de 32 fotografias em preto e branco e 25 expositores, a exposição procura traduzir as duas localidades através de suas sutilezas e de detalhes do povo, da arquitetura e do dia-a-dia que muitas vezes passam despercebidos.

Fernanda Mateus
Curadora

Extropians

Um mix de culto neo-hippie, programa de auto ajuda e clubinho de nerds, Os extropians surgiram na california nos anos 90. Os adeptos do movimento negam a tendencia natural que as coisas tem para degenerar e perecer e pregam a transcedencia da condição humana e a conquista da vida eterna. Mais uma baboseira alienadora... só que apesar de surgir no século vinte, ela é futuro-contemporânea baby... super tendência.

Veja só:

* Alguns extropians serão congelados no momento da morte para ressucitar no futuro.

envolve desenvolvimento cientifico, regressão, e super infraestrutura, é claro que eles pensam numa camara frigorifica para armazenar os bloco de gelo humanos.

* Transferir as informações que existem no cérebro humano (mémoria, conhecimento, personalidade) para um computador quando o corpo pifar é so ativar um software e usar o hard disk que foi gravado as informações.

clonagem róbotica, e uma super tecnologia para transferir seu cérebro para um hardisk.

* No futuro depois de renascerem como homem-maquina, os extropians querem construir uma sociedade anarco-capitalista, baseada no livre comércio e na ausência do Estado.

UAU!!!!

* O ideologo, Tom Morrow, propõe a criação de ilhas artificiais para abrigar os extropians enaqunto o futuro não chega.

segregar os bixinhos? será que esse povo não entende que as mudanças tem que ser graduais, impacto gera revolução.

* Para superar os obstaculos, os extropians defedem a abstenção de pensamentos negativos, e que os membtos abracem o otismismo, afinal, tudo é possivel desde que você acredite

Opa... andaram vendo muito "O segredo"

Bem... ainda há tempo de participar da revolção maquino-humana, ou você vai querer ficar de fora e fazer parte da grandiosa quantidade de perdedores que vai assolar a terra daqui a alguns anos, vai la e se cadastra, VITÓRIA!!!!
http://www.extropy.org/

domingo, 19 de agosto de 2007

Galeria de Imagens: Dr. Fantástico

Sim, Kubrick é surreal, uma ficção sarcástica em tempos de guerra fria, com direito a cenas de comédia pastelão, cutucadas nos russos, e deboches excrachados na cúpula tapada estadunidensse... mui bonnn!








1. Soldado fazendo um tour na Russia em míssil
2. Dr. Strangelove
3. Embaixador comuna cavalgando no colinho do general sob olhos naturais do presidente.
4. Presidente falando com Premmier sob escuta do gordinho comuna
5. Presidente escutando o texto do Premmier
6. Comandante acalmando seu subordinado explicando que os russos não bebem água

Terra de sonhos

Emoção em demasia com uma história fictícia? Um extenuante trabalho na construção dos personagens pode ser relevante pra essa conclusão.


Mais do que um bom roteiro, uma boa fotografia, até mesmo boas interpretações, a história de vida dos personagens conduzem a nuances que mesmo podendo não ser facilmente observadas, são totalmente perceptíveis: elas enfatizam uma solidez nas emoções e atitudes para com a personalidade e conclui expressando uma forte segurança, ou seja, convence. Em Terra dos Sonhos do diretor Jim Sheridan (Em nome do Pai), um certo momento na vida de uma família é dotado de conflitos psicológicos fortes, insegurança e reflexos do passado.

A mudança para uma nova cidade deveria representar um novo rumo na vida dessas pessoas, só que eles não se dão conta que pra fazer que o passado não tenha influência no presente é preciso isola-lo totalmente, esquecer no sentido literal da palavra, ou apenas não o ter vivido, e como não conseguem, cada um começa a liberar uma defesa, e revelar uma fragilidade que é demonstrada em certas frases chaves. Em um dos pontos máximos do filme essas articulações entram em contradição, o personagem Mateo (Djimon Hounson) não consegue habilidade suficiente para separar tais elementos, ele os mistura, nunca se sabe quando força uma atitude alheia a si ou está mostrando sua fragilidade. No momento em que se aproxima da família consegue enxergar uma nova via que pode seguir, via essa mostrada por Ariel (Emma Bolger) , que além da mais nova é a mais forte da família, sempre tenta envolver as pessoas em momentos de descontração sendo isso um artifício a que ela mesma usufrui para autodesopilar. Uma menina fantástica que mostra persistência a todos os monstros que ameaçam sua felicidade. Já sua irmã mais velha, Christi (Sarah Bolger) é vista como a mais cansada e estagnada, pseudo-protótipo de cineasta, sua visão sempre está registrada e nem sempre com olhos felizes. encontra-se perdida entre os surtos da mãe, a insensibilidade do pai, e a "inocência" da irmã.


Dentre todos os Johnny (Paddy Considine) e Sara (Samantha Morton), são afetados diretamente, tem juntos o impulso para mudar de cidade e recomeçar, porém, não é suficiente e isto apenas os iludem, fazendo ter sonhos tão superficiais e vagos quanto sua atitude. O chefe da família não consegue emprego como ator, pois lhe falta emoção, e não só para interpretar, mas para as diversas coisas inclusive um abraço. Cercado por esse contexto a realidade vai caindo na consciência e Johnny tenta analisar as causas e os efeitos de sua fraqueza.


A vida é feita por acontecimentos do presente e do passado que interagem em harmonia, a deturpação de um desses fatores que os compõem causam incomodações e inquietações que vão expressar em reflexos durante toda nossa vida, sejam nas coisas mais simples ou nas mais profundas, alimentando sentimentos decorrentes dessas frustrações e nos transportando novamente para o momento indesejado, Johnny talvez encontrou a solução para os seus conflitos e os da sua família, olhou para o céu e deu adeus para o passado e para o símbolo que ele representava e ainda o atribuiu em uma nova coisa, um novo ser. Se esse adeus não for tão efêmero quanto à representatividade da sua mudança, ele deve ter encontrado um novo sentido e marcado uma nova etapa na sua vida.


Jim Sheridan além de dirigir foi co-roteirista do longa junto com suas duas filhas, Jim na realidade era o personagem de Paddy, e foram feitas algumas alterações num momento da família de Jim e isso resultou no roteiro do filme, um trabalho em família sobre a família. Principal causa para que os personagens fossem tão bem compostos e o filme abrigo de emoções tão fortes e sutilezas tão evidentes.


TERRA DE SONHOS (IN AMERICA)
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 103 minutos
Produção: EUA, 2003
Direção: Jim Sheridan
Elenco: Paddy Considine, Samantha Morton, Sarah Bolger, Emma Bolger, Djimon Hounson
Roteiro: Naomi Sheridan, Kirsten Sheridan e Jim Sheridan

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Será que da filme?

Imagine uma menina - menina-mulher.
que tem namorado! desde os onze anos.
depois de 11 anos, ele já não a surpreende tanto.
... mas um pseudo porra louca cazuziano sim.
e então, eles concretizam as aspirações dela.
e ele não vê nada demais nisso.
embora goste.
só que ela tá cada vez mais surpresa.
e ele cada vez mais caindo na rotina.
até que ele some por um tempo.
só que coincidentemente ela conhece um amigo do segundo individuo
mais porra louca e nada de cazuziano.
que leva aquele pedaço de jambo moreno todo dia pro seu banheiro.
ela o acha interesante.
ela a acha desenvolvida demais pro seu tempo.
ele o torna seu confidente.
ela tem muitos problemas.
ele também.
eles se entendem.
ela se torna seu desejo.
até que eles concretizam as aspirações dele.
só que ela tentou usa-lo.
e ele não faz expectativas.
... mas ele acredita que seus pensamentos atrairam essa habilidade.
ou seja, ele tava ligado.
eles não se vêêm mais.
seus caminhos não se cruzam.
e aí ela volta pro antigo namorado.
o cazuziano entra depressão.
e outro cara fica sabendo atravéz dela.
e um dia ele sai da depressão.
ele o vai visitar.
e eles falam pela primeira vez dela.
e ela está gravida.
o outro cara encontra com ela.
e ela ainda ta apaixonada pelo outro.
só que ta se casando com o primeiro.