quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Vamos celebrar a estupidez humana

A história da humanidade é dotada de lutas, revoltas, golpes, conspirações, sobretudo na ótica de um vestibulando, pois a comissão que realiza provas, acha que os grandes acontecimentos da história se resumem a isso. Não tem nada mais grandioso, poderoso e alienante do que o legado cultural que a camada dominante quase sempre impõe para sua sociedade. È muito confuso saber se isso se realiza de forma direta ou indireta, pois apesar de ser expressa com certa explicitação, não consigo saber até que ponto absorvo essa influência, afinal, fui criado e construí meus gostos e preferências dentro desse contexto.

Mesmo assim tenho consciência que a arte é a vitrine, o retrato de uma sociedade e expressa indiretamente, o modo de vida, as opiniões e visões políticas dos seus realizadores, que quando cai no gosto popular, vira referência e símbolo de determinado povo ou aglutinação humana.

Na década de 60 do século passado, um grupo de jovens tiveram consciência entre a ligação da política e da arte. Os Provos, realizavam ações artísticas que interferissem na rotina da sociedade e denominaram isso de happening, só que suas ações artísticas iam de encontro com a ideologia e interesse burguês, sendo duramente reprimidos e sempre se sobressaindo com muita habilidade dessas situações, mas isso é outra história, interessante é que se há repressão é porque há consciência da importância da arte no poder, e quem manda precisa estabelecer sua ordem e seu controle para a manutenção. Na mesma década os Estados Unidos fizeram a mesma coisa, usando o cinema com James Dean e Marilyn Monroe, a música com o rock n’ roll de Elvis Presley, o jazz, Frank Sinatra, a publicidade e as cores de Andy Warhol, a calça jeans, enfim, eram novidades que estimulavam que divulgavam o sistema capitalista no mundo e ainda servia para alimentar o consumismo dos povos. A cultura estadunidense da década de 60, foi fundamental para a consolidação do modo de produção capitalista, mostrando a tentativa de divulgar como a American Way Life pode ser perfeita e exemplo de felicidade, proporcionando bem estar e diversão ao contrario do socialismo soviético. A divulgação do capitalismo na época da guerra fria, não foi feita em salas de aula, nem palestras, debates, seminários, ou algo que exija mais formalidade, mas sim na forma de diversão e entreterimento, que é bastante fácil de se assimilar. Essa diversão entrou na vida das pessoas. As músicas serviam como trilha sonora para alguns de seus momentos, o cinema como fuga da realidade, alimentação de aspirações, sonhos e desejos, a moda como levante de ego, acessórios como símbolos de personalidade e assim permaneciam na cabeça e na vida dos indivíduos.

E funcionou, hoje eles se estruturaram, super qualificaram-se e sua industria cultural é a mais importante de todas, pois mantêm o lucro e a ordem vigente e fascinam os profissionais que se aliam sem questionamentos a sua estrutura.

É importante reconhecer a qualidade dos meios de produção e da própria produção, que sem duvida são estupendos, mas acredito que mais importante é saber os meios que aquilo foi construído. Que foi necessário subjugar outras nações, outros povos, derramar incontáveis litros de sangue, sumir com diversas pessoas, financiar o terror, a guerra e a opressão, em nome de uma coisa que nos é imposta, e está muito longe de ser nossa.
A questão exata é saber qual o lado que se está, tem gente que renuncia toda a história de um país, países ou seu país e se identifica com a ascensão de quem realmente manda e se considera um vitorioso também, e isso é bastante natural, o poder é fascinante demais pra tentar de certa forma ficar fora dele.

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