
O filme que ainda nem estreou nos cinemas é em primeira pessoa, na do Capitão Nascimento (Wagner Moura), do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar – BOPE. Nascimento é um policial incorruptível, ultraconservador e por conseqüência da segunda característica machista, arrogante, prepotente e autoritário... ou será isso por conta do primeiro rótulo? Enfim... não importa. Nascimento narra a sua estória e a de dois policiais militares: Mathias (André Ramiro) e Neto (Caio Junqueira) que por sua vez também são policiais honestos. Dentro da narrativa de Nascimento é abordado de forma bem clichê a desorganização e má administração da PM, dotada de empregados mal qualificados, com má remuneração e uma péssima distribuição nos setores da instituição. Por outro lado se favorece de artifícios pouco convencionais a realidade brasileira: a insubordinação de dois aspirantes honestos a alta cúpula da polícia que é corrupta.

Como o filme é narrado em primeira pessoa é inevitável não saber dos pensamentos e filosofias do Capitão Nascimento, de seu raciocínio sobre o que é ser um policial, o que é um ser-humano e do que é correto. Nascimento vê a classe média como desestabilizadora da ordem e não enxerga valores como liberdade, talvez seja porque não a possui de certo modo e esse desejo demasiado de tê-la acaba lhe pondo em descontrole e perder o motivo pelo qual a desejou. Em certos momentos ele mostra-se contraditório ou indeciso, pois apesar de considerar inteligência e autoridade pontos que jamais podem ser separados dentro da sua

Nascimento talvez não tenha noção que a estruturação do Estado brasileiro, a administração imperial, a política de crescimento baseada na concentração de renda, a liberação exagerada do mercado nacional para a exploração estrangeira, a ditadura do consumo e a falta de planejamento para mudanças radicais na sociedade como a abolição da escravidão e o êxodo rural fossem responsáveis pelas atuais leis se tornarem obsoletas e incontemplativas para muitos brasileiros, fazendo com que as mesmas não fossem cumpridas e ele obrigado resgata-las e reprimir quem não a respeitasse.

TROPA DE ELITE
Gênero: Drama
Tempo de Duração:
Produção: Brasil, 2007
Direção: José Padilha
Elenco: Wagner Moura, André Ramiro, Caio Junqueira, Fernanda Machado, Fernanda de Freitas, Fabio Lago
Roteiro: Bráulio Mantovani, José Padilha e Rodrigo Pimentel
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